A versatilidade individual dos jogadores também permite que sejam considerados membros de uma equipe e, como tal, é importante que não percamos suas características únicas. Embora as análises conservadoras no futebol sejam tendenciosas em favor da permanência dos jogadores em uma posição ao longo da carreira, a natureza dinâmica e interativa do esporte pode favorecer uma leitura mais ampla (tanto para quem atua dentro de campo quanto para quem vê o crescimento fora). Talvez pela falta de opções alternativas na iniciação, pelo contexto que os acompanha ao longo do processo ou mesmo pela maior pressão na formação profissional, muitos jogadores tendem a encontrar sua vantagem competitiva por meio de repetidas ações automáticas atreladas a uma posição rígida; isso consequentemente limita o desempenho esportivo.
Atualmente, o talento de um jogador de futebol é avaliado por meio do desempenho em um cargo específico. No entanto, é importante levar em consideração como os jogadores podem desenvolver seu potencial ao longo dos anos e como eles podem se tornar mais eficazes à medida que mudam de posição ou jogam várias posições ao mesmo tempo. Este cenário apresenta desafios para donos de clubes, dirigentes e treinadores, porque os jovens jogadores nem sempre podem experimentar diferentes funções em campo; eles podem ficar presos em um papel sem oportunidade real de crescer e se desenvolver.
Quando olhamos para o jogo moderno hoje, vemos vários exemplos em que a versatilidade se tornou muito mais importante do que ser rotulado como um jogador “defensivo” ou “atacante”.
Por Lucas Drumond Sinnecker
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